
O conceito de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG, na sigla em inglês) surgiu no âmbito das empresas privadas, estendeu-se ao setor público e cabe aos Tribunais de Contas “integrá-lo no desenvolvimento da missão de velar pelos valores públicos, designadamente nas auditorias que levem a cabo, mas também devem aplicá-lo ao próprio funcionamento das suas organizações", defendeu esta quarta-feira, em Lisboa, o Vice-Presidente do Tribunal de Contas, António Martins.
Intervindo na sessão de abertura do 2.º Encontro de Jovens Auditores da Organização de Tribunais de Contas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (OISC/CPLP), que começou esta manhã no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, subordinado ao tema “Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG), António Martins começou por afirmar que a OISC/CPLP “nasceu sob o lema da amizade, da sabedoria e da concórdia e tem vindo a consolidar e fomentar esse espírito através de ações de natureza técnica, científica e cultural na área do controlo e da fiscalização do uso dos recursos públicos".
E é com “o objetivo de prosseguir no fortalecimento dos laços que nos unem que hoje nos reunimos neste encontro de jovens auditores, em que procuraremos refletir em conjunto sobre a Governança ambiental, social e corporativa", salientou.
O Presidente da OISC/CPLP, Amadú Tidjane Baldé, referiu, por seu lado, que este 2.º Encontro irá permitir “capacitar os jovens auditores" dos 8 países da organização, criando “uma rede para discutir as questões mais relevantes, como as novas tendências metodológicas que exigem uma reinvenção da profissão de auditor".
Amadú Baldé defendeu também a necessidade de os Tribunais de Contas debaterem as questões da governança ambiental, social e corporativa, uma vez que “os desafios, como as alterações climáticas, os problemas demográficos, a digitalização e a inteligência artificial, são comuns aos vários Tribunais". Um debate que, disse, irá “contribuir para a melhoria da governança das próprias instituições".
Benjamin Zymler, Secretário-Geral da OISC/CPLP, destacou igualmente a importância de discutir “um tema de vital importância" e a oportunidade para “trocar experiências". “Precisamos de auditores comprometidos e inovadores para enfrentar os desafios", como as alterações climáticas, afirmou, manifestando a convicção de que irão sair “todos mais preparados" deste Encontro.
Depois de assistirem a uma conferência sobre o conceito da Governança Ambiental, Social e Corporativa na ótica de uma auditoria, os 24 auditores presentes no Encontro tiveram a oportunidade de participar num exercício prático em grupos sobre a preparação de uma auditoria realizada com base no conceito ESG.